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Monitoramento ambiental do coronavírus nos esgotos aponta aumento de até 1.400% da concentração do vírus

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A imagem mostra dois funcionários uniformizados coletando água numa plataforma suspensa.
Coleta no Arroio Dilúvio - Foto: Manuel Loncan - FEPAM

Pela segunda semana consecutiva, o monitoramento ambiental do coronavírus nos esgotos de Porto Alegre, Região Metropolitana e Litoral aponta um crescimento acelerado na concentração do vírus. O maior aumento foi identificado no Arroio Dilúvio, em Porto Alegre, que cresceu 1.400% em comparação com a média registrada em 2021. Porém, em números totais, as maiores concentrações de cópias do coronavírus por litro foram encontradas nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) Mato Grande, em Canoas, Mampituba, em Torres, e Serraria, em Porto Alegre. O aumento pode ser verificado em quase todos os pontos de coleta (nos municípios de Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Alvorada, São Leopoldo, Torres e Capão da Canoa). Em Gravataí encontra-se o único ponto de coleta que não apresentou aumento (ETE Parque dos Anjos). Ainda não foi identificada uma explicação para este fato, mas está sendo pesquisada.

A imagem mostra dados de um gráfico.
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De acordo com a chefe da Divisão de Vigilância Ambiental do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Aline Campos, o resultado da última semana é o pior já registrado até o momento. “Essa subida brusca, não apenas na última semana mas nas duas últimas, e a disseminação deste padrão por todo território avaliado, mostram que temos ainda muitas pessoas na fase aguda da doença, liberando bastante vírus no ambiente”, explica Aline. “Estes resultados também demonstram que, provavelmente, estamos ainda em evolução/crescimento no número de infectados”, ressalta. Aline reforça que a população não deve relaxar nos cuidados e no distanciamento. “Ainda não há sinais de melhora.”

Não há evidências científicas de que a água contaminada pelo coronavírus tenha potencial infectivo. De qualquer forma, Aline acrescenta que a água para consumo humano é devidamente tratada e passa por um processo que elimina o risco de contaminação. Ou seja, a água que chega nas casas pode ser consumida sem nenhum risco à saúde.

A imagem mostra dados de um gráfico.
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A pesquisa
A pesquisa é realizada pelo Cevs em parceria de diversas instituições, como Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Universidade Feevale, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-RJ), Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (Fepam), Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade de Porto Alegre (Smams), Secretaria Municipal de Saúde de Novo Hamburgo, Companhia Municipal de Saneamento de Novo Hamburgo (Comusa), Serviço Municipal de Água e Esgoto de São Leopoldo (Semae) e Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan).

As análises
As amostras de água coletadas de estações de tratamento e de pontos de captação de água bruta passam por análise molecular para definir a ocorrência e quantificação do RNA viral do SARS-CoV-2 (coronavírus).

Aline Campos diz que esse estudo está em andamento também em Minas Gerais, São Paulo e em países como Holanda, Itália e Austrália. Nesses lugares, é possível apontar um aumento da presença do coronavírus nos esgotos conforme aumenta o número de casos confirmados da Covid-19 no local, o que vem se confirmando também aqui no Estado. A realidade do Rio Grande do Sul, porém, é bem diversa desses lugares e deve ser levada em consideração na pesquisa.

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