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Ministério da Saúde destaca iniciativa em tuberculose do Hospital Sanatório Partenon

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Com os rostos borrados, usuários do serviço na sala de recreação do HSP, com uma televisão ao fundo.
Ministério da Saúde destaca iniciativa em tuberculose do Hospital Sanatório Partenon - Foto: Divulgação/SES

O Tratamento Diretamente Observado Ampliado (TDO Ampliado) do Hospital Sanatório Partenon (HSP), mantido pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Rio Grande do Sul, foi selecionado pelo Ministério da Saúde em uma chamada pública que destacou as experiências mais exitosas em tuberculose. Além do HSP, outras três experiências gaúchas também foram selecionadas, em projetos das prefeituras de Pelotas e Porto Alegre.

O TDO Ampliado é uma forma de atenção multidisciplinar intensiva e regular à pessoa em tratamento para a tuberculose e coinfectados de tuberculose e HIV com dificuldades de adesão ou risco de abandono ao tratamento, para melhorar a adesão sem a necessidade de internação hospitalar. No HSP é oferecido um cuidado integral multidisciplinar no campo da atenção psicossocial e da saúde física, com o cuidado compartilhado com a rede de atenção psicossocial e monitoramento dos casos. “É um projeto que está em ainda no início, tem pouco mais de dois anos, e é importante já vermos que o Ministério da Saúde reconhece essa experiência e, mais importante ainda, é poder relatá-la e colocar à disposição de outras instituições que estejam interessadas em replicar esse conhecimento”, destaca a diretora do HSP, a médica pneumologista Carla Jarczewski.

O HSP é referência estadual para o tratamento da tuberculose e desempenha a função de retaguarda assistencial do Programa Estadual de Combate à Tuberculose. “É muito comum que as pessoas acometidas de tuberculose tenham outros problemas relacionados às condições de vida, como falta de acesso a políticas sociais básicas de moradia, alimentação, renda, então essas pessoas não aderem ao tratamento por diversas dificuldades e não apenas por questões clínicas, é um tratamento longo, de no mínimo seis meses, e demanda que essa pessoa esteja minimamente protegida, que se alimente bem, que durma bem, que tenha cuidados básicos, e muitas vezes essa não é a realidade dessas pessoas”, explica a assistente social Elsa Roso, que faz parte da equipe do projeto. “O TDO Ampliado é uma retaguarda para a rede de atenção básica, atendendo os casos de maior dificuldade de adesão ao tratamento”, completa a assistente social.

Oferecendo uma alternativa intermediária entre o tratamento hospitalar e o ambulatorial para a tuberculose, o TDO Ampliado utiliza uma perspectiva de redução de danos e oferece no HSP um espaço de descanso, higiene e alimentação. Em uma parceria com a Prefeitura de Porto Alegre, as pessoas atendidas pelo projeto também recebem vale-transporte para acessar o serviço. A equipe de referência é composta por duas assistentes sociais, um educador físico, uma fisioterapeuta, uma terapeuta ocupacional, um técnico de enfermagem e uma profissional de apoio administrativo. O serviço funciona sob gerência da SES e conta com a estrutura do HSP.

“A gente começou a pensar em maneiras de atender essas pessoas sem a necessidade de internações longas, que é uma perspectiva da redução de danos, que já vem de décadas sendo desenvolvida na saúde mental, quando o usuário chega aqui é feito contato com o Caps (Centro de Atenção Psicossocial) para acompanhamento, mas no caso de usuários que tenham dependência química não é necessário que eles estejam em abstinência para completar o tratamento dele”, ressalta o educador físico Caetano Cremonin. “O pressuposto é que o tratamento seja feito na unidade de saúde, o objetivo não é realizar os atendimentos todos aqui conosco, mas oferecer um alternativa aos casos de dificuldade de adesão e abandono do tratamento”, defende Cremonin.

Tuberculose

A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. A doença afeta prioritariamente os pulmões (forma pulmonar), embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. A forma extrapulmonar, que afeta outros órgãos que não o pulmão, ocorre mais frequentemente em pessoas vivendo com HIV, especialmente aquelas com comprometimento imunológico.

A transmissão da tuberculose acontece por via respiratória, pela eliminação de aerossóis produzidos pela tosse, fala ou espirro de uma pessoa com tuberculose ativa, sem tratamento; e a inalação de aerossóis por um indivíduo suscetível. Os principais sintomas são tosse por três semanas ou mais; febre vespertina; sudorese noturna e; emagrecimento. Caso a pessoa apresente sintomas de tuberculose, é fundamental procurar a unidade de saúde mais próxima da residência para avaliação e realização de exames. Se o resultado for positivo para tuberculose, deve-se iniciar o tratamento o mais rápido possível.

Segundo dados do Informe Epidemiológico do Estado do Rio Grande do Sul - Tuberculose 2022, no Brasil, em 2021, registraram-se 68.271 casos novos de tuberculose, com um coeficiente de incidência de 32,0 casos por 100 mil habitantes. Em 2020, foram notificados cerca de 4,5 mil óbitos pela doença, com um coeficiente de mortalidade de 2,1 óbitos por 100 mil habitantes. O Rio Grande do Sul permanece como um dos estados com alta carga de tuberculose e de coinfecção, dentro do cenário nacional. Em 2021, foram notificados 4.769 casos novos, o que corresponde a um coeficiente de incidência de 41,6 casos/100.000 mil habitantes. Comparando com o Brasil, o Estado tem um coeficiente de incidência de tuberculose acima da média nacional, que no ano de 2021 foi de 32,0 casos/100 mil habitantes.

Experiências exitosas

Com o objetivo de mapear iniciativas desenvolvidas por serviços de saúde, em especial pelas coordenações estaduais e municipais de tuberculose, organizações da sociedade civil e instituições de pesquisa, o Ministério da Saúde lançou em 2022 uma chamada pública que selecionou 15 experiências exitosas. Ao todo, foram inscritas 61 experiências, das cinco regiões do país. As iniciativas selecionadas farão parte de uma publicação do Ministério da Saúde. A divulgação das 15 iniciativas selecionadas aconteceu na sexta-feira, 20/01. 

Texto: José Luís Zasso - ACS/SES

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