Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Secretaria da

Saúde

Início do conteúdo

Julho Amarelo reforça luta contra hepatites virais no Rio Grande do Sul

No mês de conscientização das hepatites, atenção primária e vigilância em saúde unem esforços para dar visibilidade ao tema

Publicação:

Imagem em fundo amarelo em que duas mãos de uma pessoa branca estão apoiadas com a palma virada para cima. A mão esquerda está em cima da mão direita e tem um pequeno laço amarelo, em referência ao Julho Amarelo.
Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais é celebrado em 28 de julho

28 de julho é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, pauta que representa uma importante questão de saúde pública no Rio Grande do Sul. Caracterizada como qualquer inflamação no fígado, a hepatite pode ser causada por vírus dos tipos A, B, C, D ou E, e pode ser silenciosa. Para facilitar a visualização da análise epidemiológica das hepatites virais no Estado, neste Julho Amarelo o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) elaborou um painel interativo com série histórica e filtros por gênero, idade e localização geográfica. 

Com variações entre fases assintomáticas até sintomas leves e inespecíficos como náuseas, dor abdominal, fadiga, febre, pele e olhos amarelados, as infecções no fígado causadas pelas hepatites são agravos de notificação compulsória em todo o país. A prevalência dos vírus no sul do país alerta para o reforço das ações de vigilância e conscientização dos profissionais de saúde e da população para evitar os casos crônicos, agravamentos e danos hepáticos causados pela doença. 

Na atenção básica, estratégias de vacinação, prevenção e tratamento buscam reduzir o número de pessoas infectadas no Estado, que têm as hepatites dos tipos, A, B e C como mais incidentes. As hepatites dos tipos A e B possuem imunizantes disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Já para a hepatite tipo C, apesar de não haver vacina, existem testes rápidos na rede pública e o tratamento aponta chances de cura em 95% dos casos. 

O Rio Grande do Sul é parceiro das estratégias de eliminação das Hepatites B e C como problemas de saúde pública até 2030, seguindo das diretrizes preconizadas pelo Ministério da Saúde. De acordo com ranking nacional, o Estado ocupava em 2023 o primeiro lugar de incidência do vírus tipo C no Brasil.  

A Política de Hepatites Virais, coordenada pelo Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde (Dapps), prevê o enfrentamento estadual organizando a rede de atendimento e promovendo capacitações às equipes. A atuação da atenção primária também se desenvolve com medidas de prevenção e educação da comunidade, triagem e testagem, diagnóstico e encaminhamento para os serviços especializados, estímulo de adesão ao tratamento e acompanhamento 

Monitoramento e vacinação 

O painel criado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde é alimentado com informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). O objetivo é que se torne ferramenta de apoio para análise epidemiológica e incidência de casos. Nele, também é possível filtrar os dados município ou regional de residência, sexo e faixa etária. 

Como principal medida de prevenção contra a doença, o SUS prevê no Calendário Nacional de Vacinação a vacina da hepatite A, que deve ser administrada aos 15 meses de idade, em dose única. Caso a criança tenha perdido a oportunidade de se vacinar, ela pode fazer a dose desde que ainda tenha menos de 5 anos (até os 4 anos, 11 meses e 29 dias).  A vacina da hepatite A para adultos não é disponibilizada de forma universal, devendo ser aplicada apenas em pessoas com condições clínicas especiais*. Além disso, pessoas com mais de 40 anos que já tiveram a doença na infância têm imunidade para o resto da vida.  

A hepatite A é transmitida por via fecal-oral e está relacionada a baixos níveis de saneamento básico e água contaminada.  Se tornou alvo de preocupação maior no estado em decorrência das enchentes e pela ocorrência de surtos possivelmente relacionados a transmissão por contato sexual. 

A vacina da hepatite B também está prevista no calendário nacional com indicação para ser administrada em três doses (0, 1 e 6 meses), mas pode ser aplicada em indivíduos de qualquer idade. A importância da vacinação contra o tipo B se dá principalmente pelo risco de transmissão vertical (da gestante para o feto). A transmissão do vírus tipo B ocorre pelo sangue e fluidos corporais contaminados, estando associada a Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), assim como pelo uso compartilhado de objetivos pessoais, seringas e agulhas contaminadas.  

Tipos de hepatites 

Hepatite A: transmitida por via fecal-oral, está relacionada a baixos níveis de saneamento básico e água contaminada, tendo se tornado alvo de preocupação maior no estado em decorrência das enchentes. Tem vacina para público adulto e infantil. 

Hepatite B: transmitida pelo sangue fluidos corporais contaminados, está associada a Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s). Tem vacina para público adulto e infantil. 

Hepatite C: transmitida pelo sangue fluidos corporais contaminados, tem prevenção e teste rápido nas unidades de saúde. 

Hepatite D: prevalência no norte do Brasil. 

Hepatite E: prevalência nos continentes asiático e africano. 

 

* São consideradas como condições clínicas especiais para a vacinação conta a hepatite A em adultos os casos de: hepatopatias crônicas de qualquer etiologia, inclusive portadores dos vírus das hepatites B e C (VHC); pessoas vivendo com HIV/aids; imunodepressão terapêutica ou por doença imunodepressora; doenças de depósito; fibrose cística (mucoviscidose); trissomias; candidatos a transplante de órgão sólido, cadastrados em programas de transplantes; transplantados de órgão sólido (TOS); transplante de células-tronco hematopoiéticas (THCT); doadores de órgão sólido ou de células-tronco hematopoiéticas (TCTH), cadastrados em programas de transplantes; hemoglobinopatias; asplenia anatômica ou funcional e doenças relacionadas. 
 

Painel  

Por Mariana Ribeiro/SES
Secretaria da Saúde