Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Secretaria da

Saúde

Início do conteúdo

Infecção hospitalar será debatida em Porto Alegre

Publicação:

A infecção hospitalar é hoje um dos principais vilões de clínicas e hospitais, públicos ou privados. O mal é responsável por grande parte de óbitos e também pelo aumento do tempo em que os pacientes passam internados. De acordo com a médica sanitarista Vera Lúcia Machado, coordenadora do setor de Controle de Infecções em Estabelecimentos de Saúde da Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS), os dirigentes dos hospitais estão investindo em conhecimento e, principalmente, em campanhas de conscientização. As ações são desenvolvidas entre pacientes, visitantes e funcionários que transitam em tais locais, para que criem hábitos que vão desde o simples ato de lavar as mãos antes de manusear medicamentos, tocar pacientes até a esterilização de equipamentos.

Neste mês de setembro, a cidade de Porto Alegre sediará dois eventos sobre o tema. O 6º Congresso Pan-Americano e o 10º Congresso Brasileiro de Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar. Os eventos contarão com a presença de especialistas de vários países da América Latina. Eles ocorrem no centro de eventos da Fiergs, de 11 a 15 de setembro. A sanitarista Vera Machado representará a SES/RS na mesa-redonda sobre "Surtos de infecção hospitalar" no dia 12 (terça-feira). Mais informações no site da Associação Brasileira dos Profissionais em Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar (ABIH), www.abih.org.br.

A infecção hospitalar é decorrente não só da forma da assistência que o paciente recebe, mas também da fragilidade das defesas de seu organismo, da gravidade da doença que ele é portador, entre outros fatores de risco, afirma Vera. "Algumas pessoas são mais suscetíveis que outras às infecções, como idosos, recém-nascidos prematuros, pacientes que fazem uso da quimioterapia e radioterapia para tratamento de câncer, portadores do vírus HIV, pessoas desnutridas e diabéticos."

No Brasil, existe a lei 9.431 de janeiro de 1997 e a portaria 2.616 de maio de 1998 que regulamentam o controle de infecções em todos os hospitais do país. Todos os hospitais são obrigados a ter uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e um programa específico sobre o assunto. Estas comissões devem ter um olhar técnico sobre todas as áreas - lavanderia, cozinha, central de material, esterilização e áreas críticas, como as UTIs. "Devem também orientar na escolha dos produtos e no modo de limpeza do hospital", lembra a coordenadora.

Também é da responsabilidade destas comissões a orientação e exigência quanto ao uso de equipamentos de proteção individual, como luvas, máscaras, avental impermeável e viseira para prevenir doenças profissionais. "Em hospitais de grande porte, as comissões são multiprofissionais e cabe a um médico a responsabilidade pela orientação quanto à padronização e ao uso racional dos antimicrobianos (antibióticos, antivirais e antiparasitários)", afirma.

Técnicos da Vigilância Sanitária da Secretaria da Saúde fazem periodicamente inspeção nos hospitais do Estado (cerca de 400). De acordo com Rosângela Sobieszczansk, sanitarista da SES, "quando alguma irregularidade é encontrada no estabelecimento de saúde, é feito um trabalho de conscientização no local. Caso o problema forneça riscos iminentes à saúde, o setor é interditado", explica.

A validade dos medicamentos, o controle da qualidade do sangue e o risco de infecção hospitalar são um dos pontos averiguados pela equipe de profissionais. Outro exemplo é a superlotação das UTIs neonatais. "O número excessivo de bebês pode causar um perigo muito sério, podendo, inclusive, ocasionar a morte dos que ali estão", destaca Rosângela.

No interior, as inspeções são feitas por técnicos das coordenadorias regionais de Saúde. Os profissionais passam por capacitações no Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), nas quais aprendem a elaborar normas, inspecionar e liberar o licenciamento dos estabelecimentos. Atualmente, o CEVS está reorganizando por categorias as unidades de saúde no Estado.
Secretaria da Saúde