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Incentivo ao teste do HIV é tema de campanha no RS

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Testagem rápida já está disponível na maioria dos postos de saúde - Foto: Divulgação/SES

Para marcar o 1º de dezembro - Dia Mundial de Luta contra Aids - a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul lança uma campanha para incentivar o teste de HIV e frear o crescimento da doença entre os gaúchos. Com o conceito "desconhecimento mata mais que Aids", o objetivo da campanha é reforçar a ideia de que ignorar a doença traz muitos riscos, pois retarda o tratamento e aumenta o risco de transmissão.

A incidência da Aids no Estado é a maior do país há oito anos, mas os investimentos começam a dar resultado. Os dados preliminares sobre o comportamento da doença em 2013 devem ser confirmados pelo Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde e apontar uma redução de 1,6 por cento nas notificações da doença. Em 2013, foram diagnosticados 4.443 novos casos contra 4.517 do ano anterior.

"A gravidade dos números fez com que o enfrentamento à Aids se tornasse uma prioridade para este governo", explicou a Secretária de Saúde, Sandra Fagundes.

A queda pode parecer pequena, mas oferece uma esperança em um Estado que contabiliza 41,3 novos casos por 100 mil habitantes, mais que o dobro da média nacional de 20,4 novos casos por 100 mil habitantes. Em Porto Alegre, este número chega a 96,2 novos casos por 100 mil habitantes, quase cinco vezes maior que o índice encontrado no restante do Brasil.  

O esforço para impor um recuo duradouro à epidemia tem sido feito com investimentos consistentes. O Rio Grande do Sul é o primeiro Estado brasileiro que investe recursos próprios no combate à Aids. Em 2014, foram destinados 15 milhões de reais do Tesouro Estadual aos 64 municípios que concentram 90 por cento dos casos. O objetivo é incluir o cuidado à doença na rede de Atenção Básica de Saúde e financiar a montagem de um protocolo de atendimento capaz de apressar o diagnóstico e estimular as pessoas a manterem o tratamento. A Secretaria Estadual de Saúde também regularizou o fluxo de repasses de recursos para organizações não governamentais que atuam na prevenção à doença e destinou 5,7 milhões para atividades do setor.

Os resultados já começaram a aparecer. A taxa de detecção de casos de Aids em menores de cinco anos caiu 30 por cento entre 2012 e 2013, passando de 8,8 casos por 100 mil habitantes para 6,2 casos.

O acesso aos testes rápidos do HIV em Unidades Básicas de Saúde já é quase três vezes maior no Rio Grande do Sul do que no restante do país. Em 60,86 por cento dos casos, os usuários procuram e encontram o teste nas unidades. Um número crescente de municípios gaúchos adere aos programas de enfrentamento às DST/Aids e, com isso, a expectativa é que a epidemia se estabilize e recue. 

Prevenção e diagnóstico

Além do estímulo ao uso do preservativo - foram distribuídos mais de 33 milhões de unidades em inúmeras atividades públicas realizadas ao longo de 2014 - a estratégia do governo estadual para enfrentamento à epidemia aposta na ampliação do acesso ao teste rápido para detecção do HIV. O diagnóstico precoce é fundamental para o resultado do tratamento, além de ser decisivo para evitar a chamada transmissão vertical, quando o vírus passa da mãe para o bebê.

O objetivo é que o teste esteja disponível em todas as unidades básicas de saúde e possa ser feito por quem passou por uma situação de possível exposição ao vírus. Entre as metas mais importantes, está testar todas as gestantes gaúchas durante o pré-natal para proteger seus bebês. As áreas de fronteira também são consideradas prioritárias por concentrarem uma população de meninas que são alvo da exploração sexual nas estradas gaúchas. 

O exame é gratuito, sigiloso e anônimo e já está disponível em unidades de saúde de 334 municípios gaúchos, além dos 77 Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) espalhados pelo Estado.

Perfil da epidemia

Ao longo de mais de três décadas, desde o seu surgimento, a epidemia de Aids ficou mais complexa e seu controle é um desafio às autoridades. O resultado positivo em um exame deixou de ser uma sentença de morte, mas o impacto do HIV sobre a qualidade de vida é enorme. A melhor alternativa continua sendo evitar a infecção e apressar o diagnóstico. 

No Rio Grande do Sul, a tarefa é enfrentar um histórico de altos índices de casos, em um quadro que tem inúmeras causas. Entre elas, uma possibilidade é o atraso na implantação dos testes rápidos que começaram em 2009 no Brasil e só começaram de forma mais efetiva no Estado a partir de 2012. Além disso, o assunto continuar encoberto por certo tabu e há necessidade de lidar com uma percepção que subestima o risco de infecção. A doença passou de ameaça fatal a uma condição de doença crônica e os grupos etários que não viveram a explosão de casos na fase inicial da epidemia não tem hábito de usar preservativo.

"Embora a Aids não seja tão fatal como antes, é uma doença muito grave que provoca um grande prejuízo à qualidade de vida", explica Sandra Fagundes.

Teste rápido

O teste rápido de HIV e sífilis é seguro e sigiloso. Realizado a partir da coleta de uma gota de sangue da ponta do dedo. O resultado sai em cerca de vinte minutos e é comunicado diretamente por um profissional capacitado. O serviço também oferece aconselhamento e indica outros serviços de referência, em caso de necessidade.A principal vantagem é a rapidez. Pelo método tradicional, o prazo de espera chegava a 30 dias e a pessoa precisava retornar à unidade básica de saúde para obter o resultado, o que muitas deixam de fazer.

Por que fazer o teste de HIV? 
Saber do contágio pelo HIV precocemente aumenta a expectativa de vida do soropositivo. Quem busca tratamento especializado no tempo certo e segue as recomendações ganha em qualidade de vida e evita a transmissão. Além disso, as mães soropositivas têm 99 por cento de chance de terem filhos sem o HIV se seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e pós-parto. 

Quando fazer? 
O teste está indicado em pessoas que passaram por uma situação de risco. Não deve ser feito de forma indiscriminada e a todo o momento. O exame detecta a presença de anticorpos no sangue e a infecção pode ser detectada com, pelo menos, 60 dias a contar da situação de risco, período chamado de janela imunológica. 

Quais são as situações de risco? 
O HIV pode ser transmitido por relações sexuais desprotegidas (sem o uso do preservativo), anais, vaginais e orais; pelo compartilhamento de agulhas e seringas contaminadas e de mãe para filho durante a gestação, o parto e a amamentação. Beijo, toque, abraço, aperto de mão, compartilhamento de toalhas, talheres, pratos, suor ou lágrimas não transmitem a doença e não há risco nesses tipos de contato com uma pessoa soropositiva.

Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA)

O atendimento em um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) é inteiramente sigiloso e oferece a quem realiza o teste a possibilidade de ser acompanhada por uma equipe de profissionais de saúde que a orientará sobre o resultado final do exame, independente dele ser positivo ou negativo. Quando os resultados são positivos, os CTA são responsáveis por encaminhar as pessoas para tratamento nos serviços de referência (os Serviços de Assistência Especializada - SAE) .

Veja o endereço dos CTAs de todo o Estado, aqui.

 

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