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Hospital Psiquiátrico São Pedro completa 137 anos inaugurando o Museu Oficina de Criatividade

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A imagem mostra uma gravura estilizada do Hospital São Pedro.
Artista: Mauro Salvatti - Foto: Divulgação/SES

Ao completar 137 anos de existência, nesta terça-feira (29/6), o Hospital Psiquiátrico São Pedro formaliza a criação do Museu Oficina de Criatividade (MOC). São mais de 200 mil obras produzidas por moradores do residencial e pelo público vinculado à assistência de saúde mental pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que participam das oficinas terapêuticas que ocorrem no hospital desde 1990. As obras são pinturas, bordados, modelagens, colagem, textos e outras formas de expressão artística.

“A oficialização desse acervo como museu traz reconhecimento ao trabalho realizado nas oficinas e o transforma em patrimônio cultural do Estado”, explica a diretora do Departamento de Coordenação dos Hospitais Estaduais, Suelen Arduin. “Podemos assim dar visibilidade ao que temos guardado, dar voz a quem antes era silenciado”, completa. Fazem parte do acervo, ainda, produções documentais (livros, filmes, entrevistas e fotos) e bibliográficas (teses e dissertações).

Uma pintura abstrata em azul e vermelho.
Artista: Luiz Guides (1922 - 2010) - Foto: Divulgação/SES

A instituição estadual tem parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) desde 2000, contando com apoio de professores, estagiários e bolsistas dos cursos de arte, psicologia e museologia. A parceria com a universidade ocorre por meio do Núcleo Transdisciplinar Arte e Loucura Tania Mara Galli Fonseca (NuTAL). De acordo com a professora aposentada do Instituto de Artes e consultora do projeto, Blanca Brites, o acervo das oficinas de criatividade do São Pedro já é considerado uma das principais coleções que contemplam a questão da Arte e Loucura no Brasil. “A arte é um forte aliado na luta antimanicomial, pois conseguimos ver a potência da expressão artística dessas pessoas como sujeito, pessoas que, antes, eram consideradas loucas”, explicou a professora. “Desta forma, através da arte, elas se sentem parte integrante da sociedade, depois de séculos de repressão, de tratamentos que retiravam a sua subjetividade e de marginalização”, detalha Blanca.

Uma gravura estilizada em vermelho e azul e algumas letras.
Artista: Frontino (1912 - 1993) - Foto: Divulgação/SES

A diretora de Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde, Ana Costa, acrescenta: “A arte é uma poderosa ferramenta para mitigar o sofrimento e auxilia a ressignificar o trabalho realizado no hospital”.

Enquanto perdurar a pandemia, as visitas ao museu deverão ser agendadas pelos telefones (51) 3240-1445 ou (51) 3240-1300 ramal 1445, de segunda a sexta-feira entre 9h e 12h.

São Pedro e história
O São Pedro foi fundado em 1884, durante o segundo império, com nome de Hospício São Pedro. Passou por diversas reformulações ao longo dos anos, seguindo as inovações em tratamento em saúde mental e tornou-se referência na área no Estado. No momento, a Secretaria da Saúde (SES) trabalha pela desinstitucionalização de todos os pacientes que ainda moram no local até o próximo ano, transferindo-os a residenciais terapêuticos, seguindo a Reforma Psiquiátrica (Lei 10.216/2001) e garantindo a reinserção social destas pessoas.

Jardins Terapêuticos
Em maio, a SES lançou o projeto Jardins Terapêuticos, espaços de cultivo de plantas nativas do Rio Grande do Sul, criados nos locais abertos do Hospital Psiquiátrico São Pedro (HPSP). O projeto é resultado de uma parceria entre a SES e o Jardim Botânico de Porto Alegre, vinculado à Secretaria do Meio Ambiente e da Infraestrutura (Semai). O próximo passo, definido durante reunião desta terça-feira (29/6) entre SES e Semai, é a ampliação dos Jardins Terapêuticos para todo o Estado, vinculando o projeto às Práticas Integrativas e Complementares (PICs) do SUS.

Uma árvore estilizada feita de retalhos.
Artista: Luzia Santos - Foto: Divulgação/SES
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