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Ex-morador de Residencial Terapêutico tem automomia para viver em casa própria

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O dia 06 de maio de 2008 vai ficar na história de Jovalcírio Enídio da Silva, 37 anos. Nesta terça-feira, Pelé, como é carinhosamente chamado por todos, deixou o Serviço Residencial Terapêutico Morada Viamão para morar sozinho.  Este sonho, ele vem alimentando há alguns meses. E os preparativos para a mudança se iniciaram no dia 18 de abril, quando ganhou utensílios domésticos dos seus companheiros e da equipe de funcionários, que organizaram para ele um pequeno chá de panela. Pelé superou medos e dificuldades, aprendeu coisas fundamentais sobre autocuidado e desde dezembro vem fazendo uma experiência de morar fora do residencial. Recentemente, alugou uma pequena casa, para onde mudou-se hoje. "É exemplo do que esse serviço terapêutico pode proporcionar. Internado desde os seis anos de idade na antiga Febem, sair de uma instituição era uma possibilidade improvável", explica Vera Sebben, diretora de Atenção aos Usuários Moradores do Serviço Residencial Terapêutico da Secretaria Estadual da Saúde. 

Criado pelo Ministério da Saúde para dar conta da situação de moradia para pessoas com transtornos mentais que não têm família ou que não podem morar com seus familiares, esse serviço terapêutico precisa ter funcionamento de casa, com peças básicas como quarto, cozinha, banheiro, todas elas com livre acesso de todos os moradores. A proposta é que os pacientes possam ter incentivadas suas potencialidades de vida social e que possam desenvolver ou melhorar seu autocuidado. Diferente do hospital psiquiátrico, num residencial terapêutico as pessoas compartilham suas tarefas, assim como numa família, de acordo com suas capacidades.

 

A Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS) mantém dois serviços residenciais terapêuticos: o morada São Pedro, com 27 casas, e o Viamão, com quatro, ambos construídos para dar conta da população do Hospital Psiquiátrico São Pedro (HPSP). Essas estruturas foram inauguradas em dezembro de 2002, mas começaram a funcionar dentro da modalidade de serviço residencial terapêutico, de acordo com as normas do Ministério da Saúde, em julho de 2005, quando foi transferida a unidade Dom Bosco. Nessas casas estão usuários/moradores com alguma autonomia, que demonstram interesse em morar fora do São Pedro e nos quais são percebidas potencialidades para uma vida na cidade. Recebem tratamento de saúde preferencialmente na rede municipal mas, pela precariedade, em muitos casos são atendidos no HPSP. A parte administrativa e funcional também é responsabilidade do HPSP.

 

Pelé segue os passos de quatro outros residentes que conquistaram autonomia para morar fora do Morada Viamão. Uma equipe terapêutica irá visitá-lo sistematicamente, e ele tem ainda o compromisso de visitar com regularidade a casa terapêutica.

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