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Estado monitora casos de tuberculose na população em situação de rua

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Uma pessoa com um jaleco  do Consultório de Rua, mais duas pessoas sentadas no fundo e mais uma em pé todas com jalecos. uma das pessoas sentadas está de máscara.

A tuberculose na população em situação de rua no Rio Grande do sul teve um aumento de 5% no total de novos casos em 2022. Os dados são do Informe Epidemiológico lançado pela Secretaria Estadual da (SES) no início deste mês. O documento apresenta um recorte temporal com os últimos registros consolidados, no período de 2017 a 2022. O informe é um trabalho inédito e fruto de um esforço coletivo de diversos setores e é a primeira edição de um monitoramento que deverá ser permanente, assim como os boletins já lançados pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs). 

Leia aqui o Informe Epidemiológico Tuberculose na População em Situação de Rua no RS 

O lançamento desse informe é um importante passo para identificação dos casos e para que a política pública direcione o olhar a essa população. O RS é o primeiro estado a sistematizar os dados com este recorte, trazendo informações importantes não apenas relacionadas ao desfecho da doença, mas também às características dessa população. O objetivo é dar visibilidade ao adoecimento por tuberculose, que apesar de ser curável e com diagnóstico e tratamento disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) permanece um desafio sanitário, uma vez que é a segunda doença infecciosa mais letal no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. 

O monitoramento foi feito com base nos registros do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e mostra que no ano de 2022, por exemplo, a proporção de cura entre a população em situação de rua foi de 20,2% enquanto na população geral foi de 58,3%, quase três vezes maior. A proporção de abandono na população foi quase duas vezes maior, com 34,7%, comparado com a população geral, que atingiu 15%. 

De acordo com os dados do Cadastro Único (CadÚnico), a população em situação de rua no RS 58,1% entre 2022 e 2023, tendo 11.647 pessoas. O número é um quantitativo aproximado e, certamente, reflete uma realidade subestimada. 

 Tratamento 

Para enfrentar o crescimento da doença entre a população em situação de rua e para os casos em situações de vulnerabilidade e risco psicossocial, o Hospital Sanatório Partenon, em Porto Alegre, oferece tratamento ambulatorial, internação hospitalar e Tratamento Diretamente Observado Ampliado (TDO ampliado), sendo assim a retaguarda assistencial do Programa Estadual de Controle da Tuberculose (PECT-RS).  O TDO Ampliado trata-se de uma modalidade de atenção interdisciplinar intensiva e regular à pessoa em tratamento para tuberculose e de coinfectados por HIV simultaneamente, com vistas à melhora da adesão ao tratamento, sem a necessidade de internação hospitalar. É construída na perspectiva da redução de danos. O serviço se caracteriza pela supervisão diária do uso da medicação, acompanhada da oferta de alguns incentivos o tratamento, como refeições, espaço para descanso e higiene pessoal, vale transporte e orientação para acesso a direitos sociais.  

 Incentivo para Equipes de Consultórios na Rua 

Como uma estratégia de gestão da SES para apoiar a adesão ao tratamento da tuberculose na população em situação de rua, o Programa Estadual de Incentivos para Atenção Primária à Saúde (PIAPS) instituiu, a partir de março de 2024, um incentivo financeiro destinado às Equipes de Consultórios na Rua. Entre os objetivos desse incentivo, estão a viabilização e o fortalecimento das ações de promoção, prevenção e cuidado em saúde desse público, considerando suas especificidades, e a garantia do acesso integral à saúde dessa população na Rede de Atenção à Saúde.   

Impacto das enchentes 

O cenário da catástrofe climática pode induzir piora das condições de vida da população de um modo geral, o que tende a agravar o panorama da tuberculose, já que essa é uma doença socialmente determinada. Durante o mês de maio, no período mais crítico das enchentes no RS, o Hospital Sanatório Partenon manteve todos os seus atendimentos. No entanto, alguns usuários que possuíam consultas agendadas não conseguiram se deslocar para o atendimento. Nestes casos, o ambulatório estabeleceu contato com os Programas Municipais de Controle da Tuberculose a fim de impedir a interrupção dos tratamentos, realizando reagendamentos. Em parceria com o Programa Estadual, foi possível realizar o fornecimento de medicação para os municípios, quando necessário. O serviço TDO Ampliado também se colocou à disposição para dar seguimento ao tratamento supervisionado de usuários em situação de rua que eram atendidos em unidades de saúde atingidas. 

Orientações nos abrigos 

O Programa Estadual de Controle da Tuberculose, vinculado ao Cevs, produziu material informativo com orientações para os abrigos no que se refere ao agravo tuberculose. Esse material foi divulgado para as Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS) e municípios com o objetivo de reforçar a importância de abordar essa questão dentro dos alojamentos. Como a tuberculose é uma doença de transmissão aérea, o conteúdo do informativo orientou que na triagem de ingresso seria importante que os profissionais e voluntários fizessem a pergunta para as pessoas sobre estar em tratamento de tuberculose e sobre sintomas respiratórios. 

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