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Em Bagé, menina de nove anos é a primeira paciente de transplante de pele

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Matéria do Jornal O Minuano, de Bagé.

A área da saúde presenciou um acontecimento histórico ontem.

Pela primeira vez foi realizado na cidade um transplante alógeno (com tecido de outra pessoa) de pele, procedimento complexo e diferenciado. A cirurgia foi feita na Santa Casa pelo Sistema Único de Saúde.


Segundo a psicóloga da UTI Pediátrica e integrante da Comissão Intra- Hospitalar de Doação de Órgãos, Tecidos e Transplantes, Lisiane Sefrin, a menina Bianca Lopes Machado, de nove anos, apresentou um quadro de meningococcemia, uma espécie de meningite não desenvolvida. A doença, considerada rara, provocou uma profunda infecção, que quase levou a paciente à morte, e a perda de tecido cutâneo e de extensas áreas da pele. Em menos de uma semana, com a crise apresentada pela criança, o procedimento da cirurgia foi viabilizado, por meio de contato com a Central de Transplantes via Banco de Pele, em Porto Alegre. O Banco foi inaugurado no ano passado e a maior parte das cirurgias é realizada em queimados.
O material necessário para o transplante, ou seja, a pele retirada de um doador falecido foi enviada na noite de terça-feira e o procedimento começou por volta das 10h30min de ontem. O processo é longo e levou cerca de duas horas e meia. A área afetada eram as duas coxas de Bianca. Conforme explica o cirurgião-plástico responsável pela cirurgia, André Previtalli, ontem foi possível finalizar apenas uma das pernas da menina. A outra deve receber a pele na próxima semana. O médico explica que o procedimento não é definitivo e sim curativo, ou seja, apenas para cobrir as áreas afetadas enquanto os ferimentos provocados pela infecção são curados e cicatrizados. Depois, a implantada deve se desprender naturalmente. Ele conta que a recuperação está sendo tranquila e que a criança reagiu bem à operação.


Os pais de Bianca, Mara Beatriz Gonçalves Lopes e Franco Colares Machado, ambos de 37 anos, estavam apreensivos com a operação da filha, mas pareciam não se dar conta do ineditismo do caso. Franco, serviços gerais, e Mara, diarista, que têm mais quatro filhos, não quiseram tirar fotos para o jornal, mas contaram que a filha sofreu bastante com o problema. "Ela quase ficou com depressão", diz a mãe, lembrando que Bianca é alegre e vaidosa.

 

Fonte: Jornal O Minuano - Bagé

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