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Dia Mundial de Combate à Tuberculose reforça questão de saúde pública

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Doença é causada por uma bactéria que acomete os pulmões e pode levar ao óbito.
Doença é causada por uma bactéria que acomete os pulmões e pode levar ao óbito. - Foto: Freepik

Celebrado em 24 de março, o dia que traz visibilidade à luta contra a tuberculose é marcado pelo esforço dos órgãos oficiais da saúde em eliminar doença como problema de saúde pública. Com taxa de incidência acima da média nacional, o Rio Grande do Sul enfrenta o desafio de frear a propagação de uma doença evitável e curável.

A tuberculose é causada pelo bacilo de Koch, uma bactéria que acomete os pulmões na grande maioria das vezes e pode resultar em doença avançada, levando, inclusive, ao óbito. A transmissão ocorre por meio das vias aéreas, isto é, durante a fala, espirro ou tosse podem ser eliminados bacilos que virão a infectar outras pessoas que estejam no mesmo ambiente. É fundamental lembrar que a tuberculose tem cura e deve ser acompanhada de perto assim que surgirem os sintomas.

Profundamente ligada às desigualdades econômicas, o Dia Mundial de Combate à Tuberculose traz à tona a relação direta com a pobreza e com a vulnerabilidade social. Como consequência, condições precárias de higiene, saúde e moradia colocam grupos específicos em maior risco de exposição à doença. Indígenas, pessoas privadas de liberdade e pessoas em situação de rua acabam sendo as populações mais afetadas, junto com as pessoas vivendo com HIV-Aids.


Tratamento

O Sistema Único de Saúde oferece tratamento totalmente gratuito para a tuberculose. O diagnóstico logo no início dos sintomas e o acompanhamento do paciente pelas equipes de saúde são estratégias para identificar as fontes de infecção e descontinuar a transmissibilidade na rede de contatos. A adesão ao tratamento é um fator importante para garantir a cura e barrar a cadeia de transmissão devendo ser seguido corretamente. O cuidado terapêutico é um processo longo, durando no mínimo seis meses e exigindo o uso de medicação contínua, apesar da melhora logo nas primeiras semanas. Por este motivo, o tratamento deve ser realizado até o final rigorosamente, pois a administração irregular pode acarretar em complicações e provocar o desenvolvimento de tuberculose resistente aos medicamentos utilizados.

De acordo com a Coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose (PECT-RS), Carla Jarczewski, diagnosticar e tratar os pacientes de forma adequada retira fontes de infecção das comunidades, evitando novos adoecimentos. “A tuberculose é uma doença importante do ponto de vista de saúde pública, uma vez que acomete um número significativo de pessoas a cada ano”, reforça.

Médica Pneumologista e Diretora Técnica do Hospital Sanatório Partenon, que é o hospital de retaguarda do PECT-RS, Jarczewski explica que a tuberculose não é uma doença do passado, como muitos acreditam. “No Rio Grande do Sul, desde o início dos anos 2000 a taxa de incidência mantém-se estável e, em alguns momentos, com pequenos aumentos. São vários os fatores que colaboram para que permaneçamos com a doença circulando acima da média nacional: taxas baixas de cura, altas taxas de abandono, acometimento de populações vulneráveis cujo controle é mais complexo. Outro agravante é que em muitos locais o tratamento da tuberculose ainda é centralizado, dificultando o acesso do paciente e a realização do tratamento diretamente observado (TDO)”, justifica a médica.


Coinfecção tuberculose/HIV

Uma das principais preocupações da saúde pública e do Programa Estadual é a taxa elevada de coinfecção tuberculose/HIV. A tuberculose é hoje a maior causa de óbito entre pacientes vivendo com HIV-Aids.


Hospital Sanatório Partenon

O Hospital Sanatório Partenon, em Porto Alegre, é referência estadual para tuberculose drogarresistente (TBDR) e microbacterioses não tuberculosas (MNT) em seu Ambulatório de Tisiologia. Os pacientes vêm encaminhados das unidades de saúde de todo o estado, através de um formulário padrão.

São atendidos na internação pacientes oriundos de todo o Estado com vulnerabilidades sociais e que não conseguem manter o tratamento ambulatorial.

Além destas possibilidades de acolhimento, existe também Tratamento Diretamente Observado (TDO) ampliado, que é uma modalidade intermediária de vínculo entre pacientes e equipes de saúde e que foi considerado uma experiência exitosa pelo Ministério da Saúde.

Hospital Sanatório Partenon
Hospital Sanatório Partenon

Plano nacional

No Brasil são notificados aproximadamente 70 mil casos novos a cada ano e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose. Em 2017, o Brasil assumiu o compromisso de eliminar a doença assinando o “Plano Brasil livre da tuberculose”. As metas do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública são: alcançar uma redução de 90% do coeficiente de incidência da TB e uma redução de 95% no número de mortes pela doença no país até 2035.

Uma das formas de prevenir a tuberculose é com a vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin), disponível gratuitamente no SUS. Essa vacina deve ser dada às crianças ao nascer, ou, no máximo, até 04 anos, 11 meses e 29 dias de idade e protege contra as formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a meníngea.

A campanha do Dia Mundial de Combate à Tuberculose em 2023 traz o slogan “SIM! Podemos acabar com a tuberculose”, que dialoga com o Plano Global para Acabar com a TB (2023-2030), que tem por objetivo eliminar a tuberculose como um desafio de saúde pública até 2030. O plano prevê ações prioritárias e uma estimativa detalhada de recursos financeiros necessários e investimento em prevenção para cumprir o compromisso firmado pelos estados membros na Reunião de Alto Nível das Nações Unidas (UNHLM) de 2018 sobre TB.

Durante todo o mês de março, Estado e Municípios desenvolvem inúmeras atividades alusivas ao dia 24 de março. Em 27/03/23, o Programa Estadual de Controle da Tuberculose, em parceria com o Ministério da Saúde, fará uma capacitação online direcionada a equipes de saúde de todos os Municípios e Coordenadorias Regionais de Saúde do RS.

O Rio Grande do Sul (RS) tem mantido um número médio de cerca de 5.000 casos novos de tuberculose (pacientes que nunca trataram tuberculose em outra ocasião), o que gera uma taxa de incidência aproximada de 40 casos para cada 100.000 habitantes. Somados a cerca de 1500 casos de pacientes em retratamento (pacientes que já fizeram um tratamento prévio), o somatório se aproxima de 6500 casos de tuberculose por ano.

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