Nesta terça-feira, 7 de novembro, data que marca o Dia D de prevenção ao câncer de boca a Secretaria Estadual da Saúde (SES) realizou um encontro presencial e online sobre o tema. A temática escolhida foi o “Processo de diagnóstico do câncer de boca: manifestações clínicas, oportunidades para rastreio e fluxo do diagnóstico na rede pública de saúde”.  

A parte presencial da atividade ocorreu no auditório da UniRitter, em Porto Alegre. A ação é realizada em parceria da SES com o Ministério da Saúde, Coordenação de Saúde Bucal de Porto Alegre e UFRGS (Faculdade de Odontologia e TelessaúdeRS). 

A técnica da Política Estadual de Saúde Bucal da Secretaria Estadual da Saúde, Tatiana Lafin, participou de mesa-redonda apresentando o fluxo ideal do diagnóstico de câncer bucal na rede pública e diagnóstico situacional do câncer de boca no Estado. Tatiana explicou que os Centros de Especialidade Odontológica (CEO) têm hoje 40% de cobertura no Rio Grande do Sul, o que reforça a importância de os municípios levarem os casos para discussão na plataforma de telessaúde. “Muitas vezes a troca de informações facilita o diagnóstico precoce e o encaminhamento do paciente para tratamento mais rápido”, exemplificou. 

O TelessaúdeRS tem um serviço específico de telediagnóstico para lesões bucais, o EstomatoNet, criado em 2015 em parceria com a SES. O objetivo é dar suporte aos profissionais de saúde que atuam na Atenção Primária, evitar encaminhamentos desnecessários e diminuir o tempo de espera para consulta com especialistas em casos de alto risco para câncer. 

Em 2023, o Rio Grande do Sul já registrou 580 novos casos de câncer de boca, deixando o estado em 9º lugar na incidência da neoplasia a nível nacional. Os diagnósticos em grande maioria chegam ao Sistema Único de Saúde (SUS) já em estágios avançados, o que compromete o êxito no tratamento. No ano passado foram realizadas 225 cirurgias de cabeça e pescoço, desconsiderando os casos que foram tratados com quimioterapia e radioterapia. 

Apesar de existir grupo de risco (homens acima de 40 anos que fumam e consomem álcool em excesso), atualmente uma das causas associadas a novos casos tem relação com o aumento do consumo de cigarros eletrônicos, especialmente entre os jovens. 

Entre as ações de promoção e proteção da saúde no Estado estão o tratamento de tabagismo no SUS, a realização de exames de rotina preventivos, a busca ativa para pacientes de risco, o acompanhamento de casos suspeitos e o estabelecimento de parceiras para a prevenção, diagnóstico, tratamento e recuperação do câncer bucal com universidades e outras organizações.  

Conforme debatido entre os palestrantes da mesa-redonda, o trabalho conjunto e multidisciplinar é o caminho para que se consiga de fato oferecer uma linha de cuidado para o paciente com câncer de boca. Também é fundamental capacitar profissionais que estão se formando agora para comporem a equipe especializada de demandas atuais e futuras, com o objetivo de cumprir os desafios de ampliar a cobertura de saúde bucal na atenção primária e os processos de educação permanente e continuada. 

Participaram do evento a representante do CEO da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, Juliana Romanini; representante da atenção primária no interior, João Gauer Júnior; representante do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Gerson Maahs; e representante da docência da UFRGS, Vinícius Carrard. A mesa-redonda foi moderada pela professora de Estomatologia da UniRitter, Karine Duarte da Silva.