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Depressão pós-parto pode ser tratada e prevenida

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De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 15% a 20% da população feminina apresenta pelo menos algum sintoma de depressão puerperal (pós-parto). A doença não é sinal de fraqueza de caráter e nem passa somente com "pensamento positivo". É um distúrbio de humor que atinge muitas mulheres no mundo inteiro e vem acompanhada de crises depressivas que seguem o nascimento do bebê, com início dentro de seis semanas após o parto. Ivete Teixeira Canti, médica ginecologista e obstetra da Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS), explica que o quadro também é conhecido como baby blues e se caracteriza pela tristeza, ansiedade, irritabilidade, flutuações de humor e fadiga.

 

 

"Não é possível isolar uma causa específica para o problema, pois tantos fatores físicos como emocionais estão envolvidos", assegura a médica. Os fatores biológicos que podem desencadear uma depressão pós-parto são resultantes da grande variação nos níveis de hormônios sexuais (estrogênio e progesterona) circulantes e de uma alteração no metabolismo que causa alteração no humor, contribuindo para a instalação do quadro depressivo. Já os sintomas psicológicos são originados de sentimentos conflituosos da mulher em relação a si mesma como mãe, referentes ao bebê e até a si mesma como filha. "Além disso, fatores como a falta de suporte emocional, familiar e social, gravidez não-planejada, dificuldades conjugais, problemas da tireóide e ataques de pânico na gravidez, também podem desencadear esses distúrbios", ressalta Ivete.

 

 

A depressão puerperal pode acontecer mesmo que a gravidez e o parto tenham ocorrido sem problemas e complicações. Embora dificuldades pessoais, emocionais, financeiras ou médicas da mulher ou do casal aumentem a probabilidade de surgir uma depressão, ela pode ocorrer sem nenhum fator externo, explica a médica, principalmente no caso da mulher ter tido alguma fase depressiva anterior, ou no caso de existirem casos de depressão na família.

 

 

O tratamento para a depressão pós-parto poderá envolver três tipos de cuidados: ginecológico, psiquiátrico e psicológico. O uso de medicamentos antidepressivos está associado ao tratamento, dependendo do grau depressivo em que a mulher se encontra. "As sensações de culpa por estar deprimida, por se achar incapaz de cuidar do bebê, as auto-recriminações por não conseguir se sentir feliz, podem ser colocadas nas devidas proporções através de psicoterapia de apoio, enquanto a medicação faz o metabolismo cerebral voltar ao normal", assegura Ivete. Ela acrescenta ainda que um bom condicionamento físico é sempre importante, pois a ginástica libera endorfinas, antidepressivos naturais que aumentam o bem-estar. "Não se deve subestimar o sofrimento da mulher. Tanto a família quanto a equipe de saúde devem contribuir para a superação das dificuldades", finaliza a ginecologista.

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