Comunidades Terapêuticas receberão recursos do Estado para enfrentar a epidemia de crack
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As Comunidades Terapêuticas (CT) gaúchas que prestam assistência a dependentes químicos reuniram-se hoje (22) com o secretário estadual da Saúde, Osmar Terra, no auditório do Centro Administrativo do Estado, para discutir a próxima etapa do combate à epidemia do crack, que é o repasse de recursos financeiros. A iniciativa prevê o cadastramento das instituições e estabelece uma série de requisitos a serem cumpridos, para que seja efetivada a parceria, e assim possam ampliar o atendimento já existente. No final da manhã, alguns dos 55 representantes das CTs reuniram-se com técnicos da Secretaria, para definir em conjunto as diretrizes e propostas que irão nortear a portaria.
"O crack apresenta características especiais como fácil acesso, baixo custo, rápida dependência e o fato de seus usuários não conseguirem trabalhar nem ter vida normal. Há 10 anos, não tínhamos nenhum registro de casos de crack, e hoje vemos crianças com apenas 9 anos já dependentes da droga. Nossa estimativa é de que 50 mil gaúchos estejam nessa situação", explica o secretário Terra.
Serão estabelecidas parcerias do Estado com as CTs e e outros locais alternativos, como Narcóticos Anônimos, Cruz Vermelha, Redutores de Danos, Casas de Passagem e Centros de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas (Caps-AD). "Iremos respeitar os princípios de trabalho e a diversidade terapêutica destas Comunidades, mas daremos diretrizes técnicas, para permitir o efetivo e regular repasse financeiro", concluiu Terra.
Para mapear a violência no Estado, foram selecionados os 50 maiores municípios e, destes, os três bairros com indicadores elevados de homicídios, suicídios e acidentes de trânsito com vítimas fatais. A partir deste levantamento, foram escolhidos 5 municípios - Passo Fundo, Cruz Alta, Pelotas, Alvorada e Novo Hamburgo - para servirem de pilotos ao Programa de Prevenção de Violência(PPV). Fazendo parte dos Programas Estruturantes do Governo do Estado, dentro do projeto Saúde Mais Perto de Você, o PPV montará uma rede de atendimento nas áreas de educação, saúde e também lazer e geração de emprego.
Além disso, será ampliado o número de equipes de Saúde da Família nos locais onde se mostrar mais necessário. As famílias com crianças até 6 anos receberão visitadores do Primeira Infância Melhor, para ensinar como devem cuidar e dar atenção a seus bebês, e assim prevenir futuros problemas de transtornos mentais e de álcool e drogas. O Ministério da Saúde irá usar a experiência do RS no combate à violência como piloto para o resto do país.