CEVS encerra evento sobre câmeras de bronzeamento artificial
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O Setor de Radiações do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), vinculado à Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS), encerrou nesta sexta-feira (17) uma capacitação de funcionários para a fiscalização de câmeras de bronzeamento artificial, emissoras de raios ultravioleta (UVA-UVB). O evento começou na quinta-feira no auditório do Centro Administrativo do Estado, em Porto Alegre, e contou com a participação de especialistas e servidores das vigilâncias de diversas cidades gaúchas. "Ficamos muito satisfeitos com o resultado do evento. É muito importante educar para que as pessoas se protejam e saibam o que este tipo de exposição pode causar", explicou Jeannette Urtassum, coordenadora do setor de radiações.
Durante o encontro, Jeannette afirmou que, das três mil câmaras em funcionamento no Estado, grande parte está na ilegalidade por não ter alvará. Ela explica que a não-concessão de alvarás está diretamente ligada a diversos fatores, até mesmo à falta de laboratórios para aferir os níveis de radiação. Isso tem como conseqüência a clandestinidade, a falta de fiscalização e riscos para a saúde pública.
Jeannette revelou que a Assembléia Legislativa do Estado aprovou na última terça-feira (14) uma lei que exige que os estabelecimentos que possuem uma máquina de bronzeamento artificial a expor ao consumidor panfletos e cartazes alertando para os perigos desta atividade. "Esperamos que daqui em diante surjam sugestões para que se regularize a atividade não só no Estado, mas no país", defendeu.
Entre os palestrantes que participaram da capacitação estava a doutora em física pela USP Emico Okuno, que veio de São Paulo especialmente para o evento. Okuno, que publicou um estudo sobre as radiações ultra-violeta, destacou em sua palestra a necessidade de educar as crianças sobre o tema. Ela também sugeriu aos jornais do Rio Grande do Sul que na sessão de metereologia divulguem, além da temperatura e de outros dados relativos ao clima, o índice de radiação UV, como já fazem alguns periódicos brasileiros.
O palestrante que encerrou o evento, o médico Sérgio Dornelles, que atua no Ambulatório de Dermatologia Sanitária do Estado, apresentou detalhes sobre as conseqüências que a descontrolada exposição aos raios UV pode causar. "Esta exposição provoca alteração no funcionamento do DNA e do sistema imunológico, podendo até evoluir para o desenvolvimento de um câncer", explica.
Segundo Jeannette, para que uma pessoa se submeta a sessões de bronzeamento, deve ser exigida uma avaliação médica, de preferência por dermatologista, bem como um histórico que relacione, por exemplo, a ocorrência de queimaduras por exposição ao sol, se há suspeita ou caso de câncer já confirmado. Também é expressamente proibido que menores de 16 anos se submetam às radiações, e, até os 18 anos, a lei exige a apresentação de autorização dos pais.