Carnaval: Saúde alerta para consumo abusivo de bebidas alcoólicas
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Por tudo ser festa, o reinado de Momo é também um período de muitos excessos e um dos fatos mais preocupantes é o consumo abusivo de bebidas alcoólicas.
"O alcoolismo é uma doença grave, que afeta todo o organismo e interfere nas relações de trabalho, afetivas e familiares, sendo um grande facilitador da violência e dos acidentes de transito."
A advertência é da psiquiatra Assunción Caputti Filha, integrante da equipe de Saúde Mental da Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS), que complementa: "as pessoas estão condicionadas a relaxar e desopilar em três ocasiões, especialmente, Natal, Ano Novo e Carnaval".
"Desde tempos muito remotos, o Carnaval vem carregado de simbologia, sendo considerado um ritual de festa. No imaginário dos povos, as pessoas se permitem sair do papel habitual e passam a usar fantasias e máscaras. Muitos defendem que é a ocasião em que se tiram as máscaras e fantasias."
É um feriado mais longo, em que os pessoas se afastam, por alguns dias, da repressão do trabalho e de outras, e se liberam. O álcool entra nisso com muita força. Quem está a fim de se desinibir, toma uma cerveja, uma caipirinha. A cautela diminui, deixando a pessoa vulnerável à situações de risco [acidentes,violência ,sexo inseguro].
Assunción explica que, dependendo das doses ingeridas, a alegria dá lugar à depressão. "Para voltar a se animar, o folião bebe mais, passando a se embriagar e a manifestar reações que são diversas de pessoa para pessoa. Alguns se tornam violentos, outros ficam quietos e até dormem."
O grau de intoxicação vai depender de uma série de fatores, como alimentação, ingestão de líquidos, maior ou menor tolerância do organismo. A embriaguez se caracteriza por provocar diminuição dos reflexos, reações mais lentas, suscetibilidade emocional, depressão, andar instável, tremores, náuseas, vômito, convulsão, baixa temperatura, vermelhidão ou palidez, fraqueza muscular e, finalmente, coma.
"O coma alcoólico requer cuidados específicos e imediatos, pois o paciente pode morrer por insuficiência respiratória. Normalmente, ele está desidratado, pois urinou demais e transpirou, gerando o quadro de risco. Quem está junto deve estar atento quando um amigo fica demasiado quieto, deita na calçada e não responde a estímulos, tipo perguntas. É o momento de levá-lo ao pronto-socorro mais próximo."
"O bom seria não beber, tirar ou colocar as máscaras sem o álcool, que hoje é a droga mais consumida e cada vez mais precocemente", completa a psiquiatra.