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Boletim epidemiológico do suicídio é apresentado na Escola de Saúde Pública

Centro Estadual de Vigilância em Saúde mostrou dados do cenário de notificações no Rio Grande do Sul

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Secretária Ana Costa ao centro segura o microfone. Ela é uma mulher branca, de cabelos loiros e curtos. Veste uma blusa preta e um blazer bege. No lado direito uma mulher branca de cabelos pretos está sentada. No lado esquerdo estão um homem branco, de terno cinza e uma mulher branca, loira com cabelo na altura dos ombros, vestindo uma blusa amarela. Todos estão atrás de uma mesa com uma toalha branca. Ao fundo um quadro de sala de aula e uma tela de projeção.

Encerrando as ações de promoção da vida do mês de setembro, em evento intitulado “Comportamento suicida: conhecer para prevenir” realizado nesta segunda-feira (30/09) na Escola de Saúde Pública, foi apresentado o Boletim Epidemiológico das Lesões Autoprovocadas e do Suicídio no Rio Grande do Sul. Elaborado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), o documento reúne dados atualizados em setembro de 2024 sobre o cenário no estado. 

Presente na mesa de abertura, a secretária estadual adjunta da saúde, Ana Costa, falou da importância de valorizar este momento. “É uma pauta para a qual precisamos ter atenção, investir na atenção primária, ter equipes qualificadas e aprender abordagens adequadas. Ao mesmo tempo, não é uma ação da saúde apenas, os dados nos dão uma direção para agir diante das informações. Precisamos que toda sociedade consiga detectar os riscos para garantir que não se perca nenhuma vida”, declarou. 

A presidente do Conselho Estadual de Saúde, Inara Ruas, reafirmou a importância dos investimentos na atenção básica. “Temos que estar atentos. Não se pode minimizar o sofrimento”, disse. O secretário municipal de Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, reforçou que é necessário atingir a origem do problema.Temos de ter a capacidade de identificar este comportamento e preparar os nossos profissionais para acolher as pessoas”, pontuou ele. A diretora da Escola de Saúde Pública, Terezinha Valduga, ressaltou o papel da instituição em promover educação: o objetivo da ESP é preparar profissionais para o sus para justamente debater as questões epidemiológicas, para poder ajudar”. 

A professora e pesquisadora da Divisão Acadêmica e de Políticas Públicas de Educação em Saúde da Escola de Saúde Pública, Claudia Weyne Cruz, apresentou o painel “Comportamento Suicida: conceitos e cuidados na abordagem do tema” e explicou o espectro que envolve essa ocorrência. “O óbito é apenas a ponta do iceberg. Na medida em que a gente identifica o comportamento temos a oportunidade de cuidar. 

De acordo com a pesquisadora, para cada suicídio consumado, 20 outras pessoas tentaram tirar a própria vida, o que evidencia a importância do trabalho da vigilância em coletar dados sobre comportamento autolesivo e ideação suicida. Ela explicou que a violência autoprovocada está relacionada a questões culturais, subjetivas, econômicas e que um dos pontos-chave é a abordagem do tema nos meios de comunicação. 

A especialista em saúde Márcia Fell, do Núcleo de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Cevs, apresentou o painel sobre a “A importância da notificação da violência interpessoal e autoprovocada”, trazendo os preceitos da legislação que obrigam a notificação compulsória de violência, o que inclui as lesões autoprovocadas e as tentativas. Márcia explicou que a ficha do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) é fundamental para interromper atitudes de comportamentos violentos e possibilita que outras entidades como conselho tutelar e assistência social possam intervir também, fortalecendo a rede. 

Andreia Volkmer, também especialista em saúde do Núcleo de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Cevs fez a apresentação do “Perfil epidemiológico das lesões autoprovocadas e do suicídio no RS” e ressaltou a importância da capacitação dos profissionais de saúde para ampliar e melhorar o acolhimento. De acordo com ela, a faixa etária que mais é acometida pelo suicídio é de 15 a 19 anos. Entre as tentativas, o maior número é no sexo feminino, enquanto o sexo masculino é quem mais consuma o ato. Andreia também falou da subnotificação e da ausência de dados sobre identidade de gênero e orientação sexual nas fichas, ressaltando a necessidade de preencher corretamente as informações - que serão a base do perfil epidemiológico completo. 

O evento teve como público-alvo profissionais de saúde em formação do Programa de Vigilância Sanitária da RIS e demais programas, trabalhadores da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, trabalhadores da Vigilância Epidemiológica do CEVS/RS, COSEMES, Conselho Estadual de Saúde, voluntários do CVV e profissionais da comunicação. 

O Boletim Epidemiológico das Lesões Autoprovocadas e do Suicídio no Rio Grande do Sul já está publicado e pode ser acessado aqui: Boletim Epidemiológico - setembro 2024 (.pdf 2,18 MBytes)

Por Mariana Ribeiro/SES
Secretaria da Saúde