Após intervenção, HPS de Canoas reduz em 30% tempo de internação dos pacientes
Publicação:

Em 60 dias sob intervenção, o Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC) conseguiu reduzir em 30% o tempo de internação dos pacientes. Até março, assim como no histórico da instituição, o tempo médio de internação era de seis dias. Com a nova gestão, a permanência caiu em abril para 4,29 dias.
O dado foi apresentado nesta segunda-feira (6) pelas interventoras do HPSC, Eleonora Gehlen Walcher e Suelen Arduin, à secretária da Saúde, Arita Bergmann. Segundo a diretora assistencial do HPSC, Angélica Bellinaso, foi ampliado o número de anestesistas no centro cirúrgico, permitindo a realização de mais cirurgias, principalmente aquelas chamadas de segundo tempo (menos urgentes), que exigem menos dias de internação.
A nova gestão também está propondo a habilitação dos 10 leitos de UTI adulto para dar conta das necessidades da unidade. O HPSC obteve ainda junto ao Ministério da Saúde habilitação para implantação de 20 novos leitos de enfermaria clínica de retaguarda, condicionando o remanejamento ao repasse de recursos já destinados ao Hospital Universitário (HU) de Canoas, para leitos que, no entanto, não estão ativos.
Além da redução do tempo de internação e do aumento da oferta de leitos, um relatório elaborado pelas interventoras aponta avanços na gestão como o pagamento dos atrasados a fornecedores de materiais e medicamentos, a compra de equipamentos como perfuradores, usados em cirurgias traumatológicas e o conserto do autoclave, utilizado na esterilização de materiais.
Outra ação em curso é o mapeamento de todos os contratos dos médicos que atuam no hospital para avaliação do vínculo de cada profissional, como pessoa jurídica ou celetista, com a instituição. Uma empresa, contratada para avaliação dos contratos e subsídios junto ao hospital, dá apoio às interventoras na reorganização da equipe.
Foi acertado na reunião que um relatório com a situação da equipe será apresentado na próxima reunião na Secretaria da Saúde. Existe a avaliação de que os médicos que atuam na emergência sejam contratados com carteira assinada, enquanto para para cirurgiões gerais, radiologistas e anestesistas, entre outros profissionais especializados, a contratação como pessoa jurídica é a mais adequada.
“É preciso ressaltar que não houve aumento de recursos para o hospital com a intervenção. Isso se chama gestão”, comentou Suelen Arduin. “Estamos fazendo mais com menos, olhando o hospital como um todo e trabalhando melhor os recursos”.
"O hospital vem se reestruturando para o atendimento em alta complexidade", acrescentou Eleonora Walcher.
Decretada no dia 6 de abril, a intervenção inicialmente deve durar 120 dias, permitindo a recuperação da gestão do hospital, um dos mais importantes de Canoas, referência em urgência e emergência para atendimento de mais de 150 municípios do Estado.
“Não é uma missão simples, é extremamente complexa”, disse a secretária Arita Bergmann. “A capacidade e a vontade de fazer da equipe permitirá passarmos um legado à instituição”.