Agricultura e Saúde articulam ações de enfrentamento ao mosquito-pólvora
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As Secretarias da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e da Saúde (SES) se reuniram nesta terça-feira (09/04) para articular estratégias de enfrentamento ao maruim, ou mosquito-pólvora, cuja explosão populacional vem causando transtornos no litoral norte gaúcho.
A Seapi está com cinco fiscais estaduais agropecuários na região, destacados para atuar na investigação das notificações de maruins e no combate a esses insetos em áreas de cultivo de bananeiras. “Elaboramos uma série de orientações a ser ministradas às prefeituras sobre o manejo correto das bananeiras, com adoção de medidas que evitem a criação de um ambiente propício à proliferação dos maruins”, contou o diretor do Departamento de Defesa Vegetal (DDV/Seapi), Ricardo Felicetti.
A Vigilância Ambiental em Saúde, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), está acompanhando as notificações, com visitas a regiões infestadas, coleta de insetos para identificação e testagem de doenças que possam ter o mosquito-pólvora como vetor, como a febre oropouche.
“Vamos encaminhar as amostras para um centro de referência, ao mesmo tempo em que vamos tentar a identificação genética dos insetos e procurar a presença de doenças associadas. Podemos estabelecer um protocolo de coleta para as duas secretarias, para que se possa fazer o teste de doenças nas amostras de insetos coletados pela Agricultura”, sugeriu a chefe da Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde do Cevs (DVAS/Cevs), Aline Campos.
Para debelar a infestação nas residências, a Saúde planeja testar a borrifação residual intradomiciliar (BRI), empregada no combate ao mosquito da dengue, Aedes aegypti. “É um piloto, para ver se dá certo também com os maruins. A Agricultura pode participar, para nos auxiliar com dúvidas a respeito dos possíveis impactos à produção de banana orgânica”, complementou Aline.
As causas para o desequilíbrio populacional dos mosquitos-pólvora no litoral gaúcho ainda estão sendo investigadas pela Seapi. “Tivemos uma primavera e verão com El Niño, de temperaturas mais altas e muita umidade, o que propicia a proliferação dos insetos. Os bananais são áreas com muito material orgânico, terreno irregular e bastante sulcado, que retém muita água. Ainda há questões que precisam ser verificadas, como uso incorreto de inseticidas e desmatamento. Mas podemos dizer que é uma situação multifatorial”, explicou Felicetti.
A Secretaria da Agricultura propôs a montagem de um cronograma para visitas aos municípios atingidos, com promoção de palestras e treinamento às secretarias municipais de Agricultura e Saúde sobre o manejo dos bananais e os aspectos que causam a proliferação dos maruins.
A Seapi e a SES devem elaborar uma Nota Técnica Conjunta sobre o mosquito-pólvora, indicando as causas da explosão populacional, as ações conduzidas pelas duas secretarias e as medidas de controle que podem ser tomadas.