Secretaria da Saúde lança movimento de retomada de cuidados pós-covid no Outubro Rosa
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A Secretaria da Saúde (SES/RS) deflagrou um movimento junto aos municípios para incentivar a retomada dos atendimentos e exames que ficaram represados durante a pandemia de coronavírus, já que houve redução na procura por cuidados gerais de saúde, como exames preventivos e vacinas.
A estratégia inclui a divulgação de uma cartilha para ajudar no planejamento das atividades, que serão focadas no Outubro Rosa, e na campanha de multivacinação, para proteger a população do risco de doenças que podem entrar em circulação em função das baixas coberturas vacinais.
A Coordenadora da Divisão das Políticas dos Ciclos Vida, que inclui a Política de Saúde das Mulheres, Gisleine Silva, destaca que “neste ano, além do foco nas ações de prevenção do Câncer de Mama, é importante uma retomada global das ações de promoção da saúde das mulheres. Depois de vivermos quase dois anos de pandemia, é sabido que o acesso aos serviços foi reduzido, bem como a procura das mulheres. É muito importante que os gestores municipais implementem estratégias para ampliar o acesso das mulheres aos serviços de saúde. Ressaltamos que a retomada da atenção integral à saúde das mulheres terá início em outubro, devendo permanecer ao longo do ano.”
Durante o Outubro Rosa, mês de promoção da saúde das mulheres, deverão ser intensificados procedimentos como mamografias e exames citopatológicos. Em 2020, foi registrada uma redução de aproximadamente 42 mil mamografias, em comparação a 2019, representando uma queda de 32%. Já o rastreamento do câncer de colo despencou em 2020, com a diminuição de 211.508 exames em relação ao ano anterior, o que significou uma queda de 37,63% na realização dos exames.
Para suprir esta lacuna, a cartilha publicada pela SES orienta que o rastreamento por exame citopatológico deve ser realizado em não gestantes e gestantes, na faixa etária entre 25 e 64 anos, a cada três anos, após dois exames normais consecutivos realizados com um intervalo de um ano.
As mamografias de rastreamento, por sua vez, devem ser realizadas por mulheres de 50 a 69 anos, uma mamografia a cada dois anos. A mamografia para avaliar uma alteração suspeita na mama é chamada de mamografia diagnóstica e poderá ser feita em qualquer idade quando há indicação médica.
O documento aponta que, além da prevenção ao câncer de mama, as ações devem ser voltadas à promoção global da saúde das mulheres, garantindo o acesso ao planejamento sexual e reprodutivo, com oferta dos contraceptivos disponíveis e realização de testes rápidos.
A orientação do Estado é que os serviços devem identificar e oferecer mamografia de rastreamento e exame de citopatológico do colo de útero a mulheres, homens trans e pessoas não binárias designadas mulheres ao nascer, na faixa etária preconizada. A demanda deve ser organizada conforme a prevalência local, a demanda reprimida, as indicações clínicas prioritárias e a rede de cuidado existente.
Papel da Atenção Primária
Os Agentes Comunitários de Saúde que atuam na Atenção Primária deverão fazer a busca ativa de mulheres das faixas etárias de rastreamento ou que estejam com exames de rotina atrasados. Os gestores municipais terão a responsabilidade de implementar ações de promoção da Saúde da Mulher, como educação em saúde, estímulo ao autocuidado para prevenção de doenças, criar espaços de reflexão sobre gênero, enfrentamento de violências, papel da mulher na sociedade, saúde sexual e reprodutiva, hábitos alimentares saudáveis, atividades físicas entre outros.
Outra iniciativa prevista é a ampliação da utilização do atendimento do Telessaúde/RS-UFRGS por meio do telefone 0800 644 6543, para discussão de caso e qualificação do encaminhamento no sistema de regulação de consultas especializadas.