Febre Amarela
Febre amarela é uma doença infecciosa causada por vírus, que se manifesta por febre, dor no corpo, amarelão, fraqueza e com alto risco de morte em suas formas graves. Os sintomas duram, no máximo, 15 dias.
A febre amarela é causada por vírus, do gênero Flavivirus, família Flaviviridae. A doença ocorre periodicamente em diversas regiões tropicais das Américas e da África, tendo registro de surtos e epidemias de diferentes dimensões.
A principal forma de transmissão é pela picada de mosquitos silvestres (fêmeas infectadas).
A febre amarela silvestre acontece nas áreas de mata e os mosquitos responsáveis pela transmissão são dos gêneros Haemagogus e Sabethes. O vírus circula em ambientes de mata podendo infectar macacos (primatas não humanos - PNH) e humanos que adentram essas áreas.
A febre amarela silvestre mantém seu ciclo entre mosquitos e macacos na natureza.
A febre amarela urbana não ocorre no Brasil desde 1942, o mosquito responsável pela transmissão naquela época era o Aedes aegypti e nessa situação quem participa do ciclo é o homem. Não há transmissão por contato direto com um doente.
A pessoa doente fica com o vírus circulando no corpo, em fase chamada de viremia, este período pode ocorrer entre 02 dias antes dos sintomas até o quinto dia da doença.
Nessa fase, se uma fêmea de mosquito picar uma pessoa doente, ela vai ingerir o vírus juntamente com sangue e vai demorar de 08 a 12 dias para começar a transmiti-lo. Depois disso, o mosquito fica transmitindo o vírus até o fim da vida.
O tempo entre a picada do mosquito e o início dos sintomas varia de 03 a 06 dias, e, em situações esporádicas, considera-se que pode se estender por até 15 dias.
Os primeiros sintomas da febre amarela são inespecíficos, como febre, calafrios, dor de cabeça, dor nas costas, dores musculares e mal-estar generalizados, náuseas e vômitos. Após esse período inicial, geralmente a temperatura baixa e os sintomas diminuem, provocando uma sensação de melhora no paciente.
Em poucas horas, e no máximo em 02 dias, os sintomas reaparecem em uma parcela dos pacientes (30%), seguidos por diarreia e vômitos com aspecto de borra de café. O termo “amarela” se refere à icterícia (amarelão) apresentada por alguns pacientes nos olhos e na pele. É uma doença com possibilidade de piora importante em período de horas ou dias.
A pessoa deve procurar um serviço de saúde, ingerir muita água e evitar uso de medicamentos por conta própria.
O serviço médico fornecerá as orientações necessárias para cada caso. Algumas informações gerais são importantes: repousar; passar repelente corporal (pois assim evita que o mosquito se infecte); utilizar roupas que cubram braços, pernas e pés (diminuindo as áreas disponíveis para o mosquito se alimentar); utilizar mosquiteiro, principalmente em pessoas acamadas.
O diagnóstico de casos suspeitos deve levar em consideração as questões clínicas (que são os sintomas) e epidemiológicas, como por exemplo, se a pessoa não é vacinada e adentrou em mata sem uso de repelente e roupas adequadas, bem como se foi para região com circulação do vírus.
Os exames laboratoriais são auxiliares na investigação, e não é necessário saber o resultado para iniciar tratamento. Para essas suspeitas, podem ser realizados exames de laboratório que pesquisam a presença do vírus no corpo ou então anticorpos que reagem à presença do vírus.
Não existe tratamento específico para febre amarela. O tratamento é apenas sintomático e requer cuidados na assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado. Nas formas graves, o paciente deve ser hospitalizado e atendido em Unidade de Terapia Intensiva. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunidade permanente contra a doença.
A febre amarela pode ocasionar a morte.
Existe vacina para febre amarela!
No Rio Grande do Sul, todos os 497 municípios são áreas com recomendação para vacinação, e os postos de saúde possuem a vacina em qualquer época do ano.
A primeira dose está indicada aos 9 meses, com reforço aos 4 anos de idade. Se a pessoa tiver recebido uma dose de vacina depois de 5 anos de idade, não é recomendado reforço. É importante que seja aplicada pelo menos 10 dias antes de viagens para as áreas de risco de transmissão da doença, respeitando as indicações de idade.
Além da vacinação, é importante usar repelente e roupas que cubram braços, pernas e pés ao adentrar em matas.